Edith tinha uma forte consciência de ser “instrumento”. Ela dizia: “Sou apenas um instrumento nas mãos do Senhor. Gostaria de conduzir a Ele todo aquele que vem a mim”.
Ao escolher seu nome religioso, ela quis expressar seu vínculo filial com Teresa, sua mãe no Carmelo; com Bento de Núrsia, por tudo o que recebeu em seus encontros na abadia de Beuron e em Speyer; e o mistério da Cruz, diante do qual sentiu uma vocação especial. Escreve: “Eu pensava que aqueles que compreendiam o que era a Cruz de Cristo deviam carregá-la em nome de todos”. E, em outra passagem, afirma a respeito da vida da carmelita: “Não és médica, nem enfermeira e não podes aplicar curativos às feridas. Estás recolhida em tua cela e não podes ir até eles. Ouves o grito de agonia dos moribundos e gostarias de ser sacerdote ao lado deles… Olha para o Crucificado. Se estiveres unida a Ele, como uma noiva no cumprimento fiel de teus santos votos, é teu sangue e o sangue precioso de Cristo que se derrama sobre eles. Unida a Ele, és como onipresente… e, com a força da Cruz, podes estar em todos os campos de batalha e em todos os lugares de aflição”.
No plano humano, os testemunhos são unânimes, salientando em Edith uma amabilidade extrema, que a tornava próxima daqueles que entravam em contato com ela.
Ela possuía um espírito aberto, forte, disciplinado, tenaz, um grande equilíbrio e uma grande estabilidade de espírito.
Em síntese: Edith é uma mulher de nosso tempo que, com a graça de Deus, chegou à plenitude de sua estatura em Cristo, que fez dela guia, estrela luminosa para conduzir os homens e as mulheres de todos os tempos à VERDADE que é o Cristo. Ela nos ensina com sua vida que a retidão e a veracidade com a qual assumimos nossos deveres e nossas relações já são uma forma de união com Deus, mesmo que não tenhamos consciência disso. Ela nos ensina o valor do dom total, a audácia de ir até ao fundo, até ao martírio, se tal for o caminho que Deus tiver escolhido para nós, assim como a confiança na Providência, e que será somente no Céu que poderemos conhecer o que há de misterioso em estar unidos uns aos outros.